No finalzinho do ano passado saindo de uma celebração de Instituição de Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão, uma senhora de meia idade, no centro da praça, me disse: “Nasci para ser católica, tenho certeza disso. Realmente, não posso viver sem a Igreja. Como o senhor falou na homilia, com outras palavras, devo levar Cristo para todas as pessoas, principalmente os doentes”.
Que fala tão bonita!
Como é importante entendermos a identidade do Cristão como pertença eclesial, missionária, como nos recorda o Papa Francisco: “O discípulo de Cristo não é uma pessoa isolada em uma espiritualidade intimista, mas uma pessoa em comunidade para se dar aos outros”.
Realmente, ser irmão do outro é viver a solidariedade para crescer junto e ter consciência de ser o “Evangelho vivo”, isto é, de viver na sua vida o próprio comportamento de Jesus.
Na vida cristã a única tarefa que não tem limites é o amor, pois ele não só resume tudo o que deve ser feito, mas é também o espírito com que tudo deve acontecer. Como nos Evangelhos, o apóstolo Paulo também vê o amor como a expressão perfeita de toda a lei.
É preciso amar e evangelizar.
De fato, o Papa Francisco, desde o início de seu Pontificado, tem insistido na proposta de uma Igreja aberta ao mundo, que não olha somente para si mesma, mas se lança em missão para evangelizar.
Evangelizar é, antes de tudo, comunicar a boa notícia de Jesus, não apenas com palavras, mas sobretudo com gestos concretos, construindo o Reino de Deus. Reino que é “justiça, paz e alegria no Espírito Santo” (Rm 14,17).
Os cristãos , principalmente, os que têm uma vida ativa na comunidade, não devem usar sua força e prestígio para impor aos outros a própria opinião e conseguir poderes sobre os demais ou sobre a comunidade. Não foi esse o modo de proceder de Jesus, que veio para servir e dar a vida. O respeito e o bem do outro são o maior sinal do cristão consciente.
O acolhimento mútuo no amor é o caminho para que as mentalidades diferentes não quebrem a união da comunidade. Assim fez Cristo, que acolhe a todos, sem discriminação, num só povo. Além disso, a comunidade não deve julgar que o fato de pertencer ao povo de Deus, pelo batismo, seja privilégio que a separa dos outros; antes, é fonte de responsabilidade. A vocação da comunidade é acolher e amar, testemunhando assim o projeto de Deus de reunir as pessoas que partilham a mesma fé, colocando-se a serviço de todos.
Como é importante viver e conviver em comunidade, descobrindo as riquezas de Cristo.
Aquela senhora ao se despedir, concluiu dizendo: “A Igreja é aquela que me abre os olhos”.
Deus abençoe a todos!
Pertença Eclesial
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