Para marcar a passagem dos 300 anos de aparição da imagem de Nossa Senhora Aparecida, a Igreja do Brasil já está em pleno Ano Mariano. Nossa Diocese, com muita fé, de forma simbólica, recebeu a imagem pelas mãos de nosso Bispo diocesano, dom Joaquim Wladimir Lopes Dias, a qual chegou de barco pelas águas do nosso Rio Doce, atingido brutalmente pela lama com rejeitos de minério da empresa Samarco, no dia 5 de novembro de 2015.
O Ano Mariano não é somente para recordar uma data comemorativa. É, sobretudo, uma oportunidade de renovação da nossa fé, vivida no seguimento de Jesus, como seus discípulos-missionários e discípulas-missionárias. Este evento nos apresenta uma oportunidade única de evangelização também na catequese. Para isso, torna-se necessário superar uma visão devocional da figura de Maria, Mãe de Deus e da Igreja, para tornar a devoção mariana fecunda na fé e missão, na construção do Reino de Deus.
Na exortação Verbum Domini, o Papa Bento XVI fala sobre a necessidade de uma renovação na devoção mariana. Assim se expressa: “No nosso tempo é preciso que os fiéis sejam ajudados a descobrir melhor a ligação entre Maria de Nazaré e a escuta da Palavra divina. Exorto, também, os estudiosos a aprofundarem a relação entre Maria e a teologia da Palavra. Daí poderá vir grande benefício tanto para a vida espiritual como para os estudos teológicos e bíblicos. De fato, quando a inteligência da fé olha um tema à luz de Maria, coloca-se no centro mais íntimo da verdade cristã. Maria é a figura da Igreja à escuta da Palavra de Deus que nela se faz carne. Maria é também símbolo da abertura a Deus e aos outros; escuta ativa, que interioriza, assimila, na qual a Palavra se torna forma de vida” (nº 27).
O verbo se fez carne e por meio de Maria veio habitar entre nós. Desde aquele dia em Nazaré, quando recebeu a notícia do céu, por meio do Anjo Gabriel, de que era a escolhida de Deus, Maria tornou-se colaboradora direta da redenção (Lc 26, 28 – 38). Foi o Pai que quis que seu Filho se encarnasse no seio da Virgem Imaculada e viesse morar entre nós. E assim aconteceu. Maria foi fiel ao projeto de Deus, desde a anunciação até o pé da cruz quando recebe Jesus em seus braços de Mãe.
Neste Ano Mariano, queremos contemplar o dia em que ela, na rede dos pescadores, aparecia numa simples imagem de cor escura, esculpida em argila; e também os 100 anos de aparição (1917-2017) para as três crianças: Francisco, Jacinta e Lúcia, em Fátima, Portugal. Quem poderia imaginar que naquele dia, nas águas do Rio Paraíba, e na aparição às três crianças se iniciava uma longa história que atravessaria o tempo? Ninguém pode medir os desígnios de Deus.
Num jeito tão simples e humilde, Ele manifesta seu amor na Virgem Imaculada, por Ele escolhida para ser a Mãe de seu Filho e nossa mãe. Que, unidos a Maria, caminhemos ao encontro do Senhor neste ano dedicado a Ela.
Irmã Penha Fornazier (Congregação Filhas de Maria Imaculada)
Coordenadora de Catequese da Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima