A Vós, ó Deus, louvamos, a Vós, Senhor, cantamos. A Vós, Eterno Pai, adora toda a terra”.
(Te Deum)
É muito viva em minha memória a belíssima Celebração de Instalação de nossa Diocese de Colatina, ocorrida no memorável dia 15 de julho de 1990. Participei desse momento a convite de Frei Antônio Batista Correia, então Pároco da Paróquia São Roque. Eu contava com apenas 16 anos, queria ser Frade Capuchinho e já me preparava para, no ano seguinte, ingressar no Seminário dos Capuchinhos. Desde criança, sempre participei ativamente da vida da Igreja. Sou muito grato aos Frades Capuchinhos que me motivaram e me acompanharam no caminho vocacional. Destaco aqui Frei Antônio Alves da Silva: um fiel filho de São Francisco de Assis e zeloso pastor do rebanho de Cristo. Eu ficava encantado quando o via usando o hábito capuchinho, fazendo as procissões e celebrando o culto divino com a maior dignidade, zelo e respeito. Era homem da Palavra, dos Sacramentos e da Caridade. Eu queria ser assim!
Logo após a instalação da Diocese de Colatina, Dom Geraldo Lyrio Rocha visitou a Paróquia São Roque. Participei ativamente desse momento. De tudo o que vi e ouvi do novo bispo que aqui chegava, confesso que o chamado para ser Padre Diocesano falou mais alto em meu coração. Conversei com Frei Antônio Batista sobre minhas motivações e ele me pediu para procurar Dom Geraldo, dizendo que me daria apoio na decisão que eu tomasse. E assim o fiz. A conversa com Dom Geraldo me ajudou a discernir e ter clareza do chamado que Deus me fazia para servir a esta Igreja Particular de Colatina.
Em fevereiro de 1991, ingressei no Seminário Diocesano Maria Mãe da Igreja que, na ocasião, abria as suas portas para acolher os jovens candidatos ao sacerdócio. Após todo processo formativo, no dia 20 de novembro de 1999, pela imposição das mãos de Dom Geraldo Lyrio Rocha, sem merecimento algum de minha parte, fui ordenado Presbítero. Na pessoa de Dom Geraldo e do Padre Antônio Wilson Almança, agradeço à Diocese de Colatina por toda a formação recebida. Grande incentivo em minha caminhada vocacional foram os estágios pastorais realizados nas Paróquias, a saber: Virgem Maria (Arquidiocese de Vitória), São José (João Neiva) e São Pedro (Baixo Guandu). Como padre, tive a imensa graça de servir às Paróquias Santíssima Trindade (Linhares), Bom Pastor (Linhares), Sagrado Coração de Jesus (Colatina) e, atualmente, à Paróquia São Roque. Cada uma dessas Paróquias com seu perfil próprio, suas significativas realidades e seu povo sempre bom e generoso, estarão guardadas para sempre em meu coração.
Ao longo desses 30 anos de história, nossa Igreja Particular de Colatina deu passos significativos em sua organização, formação e evangelização. Sem dúvida, não faltaram dificuldades, desafios, preocupações, sofrimentos, pedras e espinhos ao longo do caminho. Em tudo fomos amparados pela graça divina e acompanhados pela presença materna da Virgem Maria. Louvamos a Deus pelos que tiveram coragem de começar essa bonita história, pelos que perseveraram diante dos muitos desafios encontrados em cada etapa da caminhada, pelo testemunho de fé dos que ajudaram a construir esta igreja Discípula e Missionária, comprometida com a construção do Reino de Deus. Especial gratidão a Deus pela presença amiga, discreta e serena de Dom Joaquim Wladimir Lopes Dias que, neste momento da história, caminha conosco e muito tem nos ajudado.
Unidos a Cristo e fiéis à sua Palavra, somos chamados a viver o presente, construindo um futuro alicerçado na virtude da esperança. A humanidade e a própria Igreja vivem momentos de sombras, medos, incertezas e sofrimentos. A esperança de que falamos se funda Naquele em quem pusemos a nossa confiança (cf. 2 Tm 1,12) e para quem ‘nada é impossível’ (cf. Lc 1,37). Queremos ser uma Igreja da Esperança, transmitindo a todos a alegre Boa Nova do Reino de Deus.
Parabéns, Diocese de Colatina, pela celebração do seu Jubileu de Pérola! Com espírito de fé, oração, perdão, reconciliação, misericórdia, júbilo comunitário e solicitude pelas carências de tantos irmãos e irmãs necessitados, queremos viver tão feliz celebração!
Como um simples e humilde operário na vinha do Senhor, peço licença à Liturgia da Igreja para fazer minhas as suas sábias palavras: “Dai-nos olhos para ver as necessidades e os sofrimentos dos nossos irmãos e irmãs; inspirai-nos palavras e ações para confortar os desanimados e oprimidos; fazei que, a exemplo de Cristo, e seguindo o seu mandamento, nos empenhemos lealmente no serviço a eles. Vossa Igreja seja testemunha viva da verdade e da liberdade, da justiça e da paz, para que toda a humanidade se abra à esperança de um mundo novo” (Oração Eucarística VI). Amém!
Pe. Adriano Marcos Luchi
Coordenador Diocesano de Liturgia