No último domingo (7/7), a Pastoral Indigenista, da Diocese de Colatina, realizou a 2ª Caminhada de Fé e Unificação, partindo da aldeia de Pau Brasil até a aldeia de Irajá. Foi um momento de confraternização, mas também de respeito, memória e reconhecimento pelas lutas já enfrentadas pelos povos indígenas para a preservação de seu território, no município de Aracruz/ES. Durante os 23 quilômetros do percurso, os participantes fizeram paradas nas aldeias de Areal e Olho D´água.
RELEMBRANDO AS LUTAS
Segundo Priscila Tupinikim, secretária da Pastoral Indigenista, cerca de 300 pessoas participaram do evento, que incluiu, no sábado (6/7), uma roda de conversa, na qual várias lideranças relembraram os conflitos ocorridos, como o do dia 10 de janeiro de 2006, quando a aldeia de Olho D´água foi atacada. “Muitos foram feridos por projéteis de borracha, mas a resistência dos povos originários resultou na vitória e essa luta serviu de motivação para continuar lutando pela terra”, disse Roberto Cabana, guerreiro e liderança indígena de Caieiras Velha.


OUTROS DEPOIMENTOS
Quem deu as boas-vindas aos participantes da caminhada foi o Cacique Roberto, da Aldeia Olho D’água. Além do Cacique Roberto, também tiveram a oportunidade de relatar a longa história de lutas dos povos indígenas a jovem Débora, da aldeia de Pau Brasil; Paulo, da aldeia Caieiras Velha; o Cacique Jonas, de Areal; e o Vice-Cacique Lídio.
Demonstrando grande cultura, Débora falou sobre “as dificuldades que os povos indígenas enfrentam para resistir ao ‘desenvolvimento’, à monocultura e ao sistema capitalista, que tantas vezes enxerga as comunidades indígenas como obstáculos ao crescimento econômico dos padrões não indígenas.”

PASTORAL, ALMOÇO E MÚSICA
É importante destacar o trabalho da Diocese de Colatina, através da Pastoral Indigenista, cujo coordenador é o Padre Suderlan Tozo Binda. A pastoral desempenhou um papel ativo na 2ª Caminhada de Fé e Unificação. Ao final do evento, foi servido um almoço aos participantes da caminhada e a distribuição de mudas de árvores nativas, além de momentos culturais significativos, como a apresentação dos Tupinikim ao som da casaca e dos tambores, além dos Guarani, que encantaram com um coral harmonioso e emocionante.


