No último domingo (2/7), foi realizada a 1ª Caminhada de Fé e Unificação promovida pela Pastoral Indigenista da Diocese de Colatina. Os cerca de 150 participantes caminharam, em clima de muita fé, os 17 quilômetros que separam as aldeias Pau Brasil e Caieiras Velha, em Aracruz.
Durante o trajeto, o grupo recordou o confronto de indígenas com a Polícia Federal por ocasião da demarcação das terras, ocorrida anos atrás. E o objetivo dessa caminhada foi justamente resgatar a memória de luta, resistência e conquista da terra, bem como de unificação dos povos originários em torno de um ideal comum: o direito fundamental e originário às terras que tradicionalmente ocupam.
MEMÓRIA DE LUTA
Ao final do percurso, os caminhantes foram recebidos ao som de tambores e casacas. A senhora Edith Maria da Conceição Pereira, de Caieiras Velha, falou da importância dos mais jovens tomarem consciência de sua história e tradições.
Já o ex-cacique da Aldeia Caieiras Velha, José Sizenando, e o cacique da Aldeia Areal, Jonas do Rosário, fizeram memória de todo o processo da luta e resistência que envolveu a conquista dos territórios indígenas no município de Aracruz. Eles enfatizaram que a terra é mãe e não um produto a ser comercializado.
UNIÃO DAS ALDEIAS
As lideranças Roberto Carlos Felipe Marques, Paulo Henrique Vicente de Oliveira, mais conhecido como Paulo Tupiniquim, e o atual cacique Vilmar Benedito Oliveira, da aldeia Caieiras Velha, recordaram a importância de manter viva a memória do povo hoje e voltar aos antigos ideais que serviram como guia na luta, no enfrentamento e na resistência: a união das aldeias.
O coordenador da Pastoral Indigenista da Diocese de Colatina, padre Suderlan Tozo Binda, apresentou os integrantes da pastoral e enfatizou que o principal objetivo do grupo é atuar junto às comunidades indígenas no apoio e incentivo à organização social e política, em busca da garantia de acesso aos direitos.
No encerramento, o cacique Vilmar fez uma oração em nome de todas as Igrejas cristãs.