Na semana de comemoração da resistência dos Povos Originários, com o objetivo de criar a “cultura do encontro”, a Pastoral Indigenista da Diocese de Colatina organizou uma celebração inter-religiosa com o povo Guarani. Foi um momento rico de louvor e bendizer ao Deus Criador, mas, sobretudo, de reflexão e compromisso com os direitos dos Povos Originários.
BUSCANDO A UNIDADE NA DIVERSIDADE
Contemplar a diversidade das formas de experimentar Deus na pluralidade das culturas, deixa claro que o Criador é sempre novidade e, portanto, não cabe em redomas de exclusivismos. Fiéis à novidade do Evangelho de Jesus Nazareno, morto, mas ressuscitado e, com a clareza do sol do meio-dia, pode ser encontrado nas periferias existenciais, rezamos juntos com o intuito de nos fortalecer no compromisso de resistência a caminho da “Terra sem Males”.
A MISSÃO CATÓLICA
Entre preces e louvores, lembrou-se que a Pastoral Indigenista é um instrumento da Igreja Católica a serviço dos Povos Originários. Sua missão é ajudar nas garantias de seus direitos a partir da Constituição Federal, inclusive na preservação de sua identidade religiosa.
O EVENTO
A celebração aconteceu na Aldeia de Caieiras Velha (Aracruz,ES) na quinta-feira (18 de abril), com a participação de outras aldeias do povo Tupinikim e diversas pessoas das comunidades da Paróquia Imaculada Conceição, de Coqueiral. Foi um clima de oração, respeito ao diferente e, sobretudo, como enfatizou o Cacique Toninho, em tom de paciência. Paciência para ouvir o outro, compreender sua beleza, sua história, seus gestos, sua fé. Quando não se tem paciência em ouvir, recorda Toninho: “nos acusam de adorar o diabo, mas, se fosse do diabo, estaríamos fazendo guerra, destruindo as matas, poluindo os mares, os rios, a terra e o ar”.
PASTORAL INDIGENISTA
O padre Suderlan Tozo Binda, Coordenador Diocesano da Pastoral Indigenista, agradeceu ao povo Guarani, “por compartilhar conosco de tão rico presente, isto é, nos lembrar que Nhanderu Tupã é Pai, está no coração para nos orientar no agir (ética) e na inteligência-memória para nos ensinar a compreender (conhecimento)”.
Texto: Padre Suderlan Tozo Binda