Encerrando o mês das vocações, teremos a oportunidade de conhecer um pouco sobre o caminho e a experiência vocacional do Padre Marcelo Keller, Pároco da Paróquia Santa Luzia, de Pancas.
Desde pequeno, faço parte da Comunidade São José Operário, atualmente, Matriz da Paróquia do Divino Espírito Santo. Fiz todo o meu caminho sacramental nesta comunidade, fui coordenador de Catequese e de Liturgia, fiz parte do Conselho Comunitário, dentre tantas outras atividades que me trouxeram encantamento pela vivência comunitária. Tive a alegria de ter o Padre Jésus Bento Fioresi como promotor vocacional. Foi ele quem estimulou minha ida para o seminário. Entre tantas pessoas que me incentivaram e fazem parte da minha história vocacional, destaco o querido casal Geraldo e Rose; foram meus animadores vocacionais, sempre me ouvindo, aconselhando-me durante todo o processo formativo.
Ingressei no Curso Propedêutico em 2007 e tive o Padre Marinaldo Serafim como orientador. Ano de graça, de conhecimento e de amadurecimento. Dentre tantas alegrias vivenciadas, destaco a minha participação na coordenação da Pastoral Vocacional Diocesana, por um período de 11 anos. Minha trajetória formativa e início do ministério ordenado foram de muito entusiasmo e dedicação à Pastoral Vocacional e ao Serviço de Animação Vocacional, por meio dos encontros de discernimento vocacional, das assembléias vocacionais, mas, sem dúvida, foi com a Escola de Capacitação dos Animadores Vocacionais (ECAV) que pude crescer e estimular ainda mais a cultura vocacional na Diocese de Colatina. Desta iniciativa, surgiu o Acampamento Vocacional que, por seis anos, foi uma experiência muito gratificante e estimulante para a participação dos jovens das mais diversas paróquias, comunidades e equipes de serviço. Identifico-me e me entusiasmo pelo trabalho vocacional.
Tenho pouco tempo de padre, apenas quatro anos. Vivo intensamente a missão atual: ser Pároco da Paróquia Santa Luzia, de Pancas. O momento mais marcante na minha caminhada sacerdotal foi, sem dúvida, a passagem da Imagem Peregrina de Nossa Senhora Aparecida pela paróquia, no ano de 2017, por ocasião dos 300 anos da sua aparição. Foi algo renovador, gratificante, belo. Ver o entusiasmo do povo, foi uma experiência única! É claro que dentro do ministério ordenado, muitas são as marcas: as visitas aos enfermos, os sacramentos celebrados, dentre tantas outras. Ocupamos espaço na vidas das pessoas que, às vezes, não conseguimos dimensionar. Ser Padre é uma graça!
Precisamos ajudar as nossas lideranças a serem mais conscientes. O maior desafio é ajudar as pessoas que estão na Igreja no conhecimento e vivência da sua fé; isso se dá por meio de formações específicas. Encontramos pessoas com muita sede de aprendizagem e disponíveis a isso. Precisamos ser uma Igreja onde as pessoas se sintam parte integrante dela. A maior prova disso é o momento de pandemia que estamos vivendo. As famílias precisaram resgatar algumas iniciativas que até então ficavam apenas restritas à igreja (templo). Ser igreja, ter fé nesses tempos atuais, são grandes desafios. Precisamos mostrar às pessoas que é bom ser Igreja, mas uma Igreja ativa, atuante, que tem um papel fundamental na sociedade. O maior desafio é mostrar que na Igreja há espaço para as mais diversas discussões e reflexões, pois ambas nos levam ao enriquecimento e não à divisão.
Sigamos firmes! Mesmo com as dificuldades, ainda acredito numa Igreja entusiasmada, vocacionada e vocacionante, que pode dar uma contribuição valorosa ao tempo presente. Deus ajude e conduza com sua força cada liderança para que persevere em seu trabalho pastoral e que as pessoas busquem, na Igreja, um lugar oportuno de encontro com Jesus, com sua humanidade, com o irmão. Vamos caminhar juntos e com fé!