A Diocese de Colatina completou seus 30 anos! Para nos contar um pouco mais sobre essa história de evangelização, conversamos com o Padre Antonio Luiz Pazolini Pandolfi, pároco da Paróquia São João Batista – Aracruz.
A DIOCESE DE COLATINA ESTÁ COMPLETANDO O SEU 30° ANIVERSÁRIO DE INSTALAÇÃO. O SENHOR, COM CERTEZA, FAZ PARTE DESSA HISTÓRIA. CONTE-NOS UM POUCO DE SUA TRAJETÓRIA EM NOSSA DIOCESE.
Pe. Antonio: O Senhor concedeu-me a graça de participar da criação, da instalação e do processo de crescimento da nossa Diocese de Colatina.
Foram momentos inesquecíveis na minha vida eclesial e ministerial: a instituição da primeira casa de formação; o início e a construção do Seminário Diocesano “Maria Mãe da Igreja”; o exercício do Ministério Diaconal e a Ordenação Presbiteral em Baixo Guandu; a preparação e as celebrações do grande Jubileu do Ano 2000.
Nestes 22 anos de sacerdócio, foi importantíssimo o exercício do ministério pastoral nas paróquias: Catedral do Sagrado Coração de Jesus; N. Sra. da Glória, de Vila Lenira (Colatina); N. Sra. Auxiliadora (Marilândia); Santíssima Trindade (Linhares); e, atualmente, São João Batista (Aracruz).
Destaco os diversos serviços na Diocese, entre os quais: a equipe “O Dia do Senhor”, sendo responsável pela elaboração dos folhetos litúrgicos por mais de 10 anos; a coordenação de Liturgia e o CEDIC (Centro de Estudos da Diocese de Colatina).
Em todas as Paróquias onde exerci meu ministério sacerdotal, sempre gostei de valorizar a riqueza imensa de carismas e dons que há no campo da evangelização, de acolher a todos com alegria, de respeitar as diferenças e trabalhar pela unidade na Igreja, procurando dar oportunidade para que diferentes pessoas participem e se engajem nos serviços, pastorais e movimentos eclesiais e sociais.
São quase 23 anos de Vida Presbiteral! Quanta coisa linda já aconteceu! Quantos passos foram dados! Mas, a cronologia não tem importância diante daquilo que fazemos por amor, tornando cada momento inesquecível. E é assim que se constrói o Reino de Deus: com o zelo e a acolhida do Pastor, pelo amor à Palavra de Deus e à Sagrada Eucaristia, sempre enfatizando que cada Missa celebrada é motivo de grande alegria, satisfação e, até mesmo, de emoção. Esse amor, sem dúvidas, é o grande marco do meu trabalho pastoral.
AO LONGO DESSES 30 ANOS, QUAIS FORAM AS TRANSFORMAÇÕES PELAS QUAIS PASSARAM A IGREJA, A NOSSA DIOCESE E A SOCIEDADE EM GERAL?
Pe. Antonio: Estamos no mundo. Somos marcados pelas transformações que ocorrem e deixamos as marcas do que realizamos.
Vejo como grande força evangelizadora da nossa Igreja: as bonitas celebrações paroquiais e diocesanas; as Santas Missões Populares nas comunidades; a instalação de novas Paróquias; a instituição dos ministros extraordinários do Batismo, Matrimônio, Eucaristia e Catequese; a acolhida aos Coroinhas e “Cerimoniários”; as reformas, as construções de belas igrejas e do Santuário Diocesano N. Sra. da Saúde; a aquisição de terrenos para muitas comunidades; a organização e a formação dos conselhos, de pastorais, movimentos e equipes; as Celebrações dos Sacramentos do Batismo, da Crisma, do Matrimônio e da Iniciação Eucarística; as novenas e festas dos padroeiros; as romarias aos Santuários Marianos; os projetos e as ações sociais em prol dos mais necessitados, e tantas outras atividades que a graça de Deus nos inspirou a fazer.
Depois de tantos anos de ministério ordenado e de passar por várias paróquias diferentes na Diocese, posso afirmar que nossa Igreja Particular de Colatina possui uma riqueza imensa, pois é plural e diversificada em termos de carismas, valores e culturas. Sinto que isso favorece a preservação das tradições e da religiosidade popular, conserva o sentido de pertença à Igreja e promove a comunhão e a participação nas comunidades.
DE TODOS ESSES ANOS DE HISTÓRIA, QUAL O MOMENTO MAIS MARCANTE PARA A SUA VIDA SACERDOTAL?
Pe. Antonio: Sem dúvida foi a minha Ordenação Presbiteral em 1998, na Paróquia São Pedro de Baixo Guandu, por Dom Geraldo Lyrio Rocha.
A HISTÓRIA CONTINUA. QUAIS SÃO AS SUAS EXPECTATIVAS PARA O FUTURO DE NOSSA DIOCESE? QUAIS SÃO OS DESAFIOS E ESPERANÇAS DA EVANGELIZAÇÃO NA ATUALIDADE?
Pe. Antonio: Entre as várias ações sacramentais e pastorais, destaco como grande força e esperança em nossa diocese: a celebração da Palavra e da Eucaristia e o atendimento às comunidades e às pastorais; o valor dos ministérios leigos instituídos; o trabalho com os coroinhas; a formação e retiros em todas as áreas da liturgia, da catequese e da missão da Igreja; e os projetos de reformas e construções dos templos e dos centros pastorais e catequéticos das comunidades, para que tenham espaços dignos e adequados para celebrarem e crescerem na fé.
Sinto ser um grande desafio realizar a missão no universo urbano, onde a população cresce, os desafios sociais e eclesiais e a realidade de pobreza e violência são imensos. É gente chegando, saindo e construindo. É região de missão. Temos que estar mais próximos das pessoas, ir ao encontro delas. Como atender a todos? Como conhecer e acolher bem o povo?
Nas últimas décadas, houve muitos avanços científicos e tecnológicos no mundo e que contribuíram enormemente para o desenvolvimento da sociedade. Porém, precisa-se caminhar mais no sentido da humanização, da construção dos valores éticos e morais e que coloquem a vida acima de tudo.
DEIXE-NOS UMA MENSAGEM PARA AS DEMAIS LIDERANÇAS RELIGIOSAS E PARA TODO O POVO DE DEUS DE NOSSA IGREJA PARTICULAR DE COLATINA.
Pe. Antonio: “Anunciar o evangelho não é um privilégio, mas uma obrigação. Ai de mim se não evangelizar!” (1Cor 9,16).
Neste período em que celebramos os 30 anos de evangelização da nossa Diocese, olhamos para traz e, como Maria, com o coração transbordando de alegria, dizemos: “A minha alma engrandece ao Senhor e meu espírito exulta em Deus meu Salvador” (Lc 1,16-47). Vamos agradecer a infinita misericórdia de Deus sobre nós e por esse caminho construído a muitas mãos.
Jesus nos disse: “Lançai as redes em águas mais profundas” (Lc 5,1-6). Pelo Batismo somos consagrados ao Senhor, recebemos a missão de servir ao Seu Reino e de ajudar a construí-lo entre nós. Para isso, é necessário ir ao encontro das pessoas e das comunidades com o objetivo de animar e fortalecer a caminhada de fé, incentivando-as a participar da vida comunitária, fazendo a experiência do encontro com Deus e com os irmãos.
Particularmente, sinto-me fortalecido na fé e na missão quando as crianças, os jovens e as famílias ocupam seu lugar na Igreja, pois sei que são fundamentais e necessários para o crescimento do Reino de Deus.
Tenhamos um carinho especial para com a juventude e a família! Por isso, devemos incentivá-los a participarem ativamente da comunidade e a ocuparem seu lugar na Igreja para que se sintam realmente parte dela.
Em relação à família, é preciso investir sempre na recuperação de valores. É preciso mostrar a importância dessa instituição no seio da Igreja e da sociedade. A família foi instituída por Deus desde a criação. Na família, vivemos as maiores alegrias e também as maiores dificuldades da vida (Cf. Lc 2,41-52).
De acordo com o Papa Francisco, devemos ter coragem e ardor missionário, ser uma Igreja em saída! Precisamos testemunhar que Deus, em Jesus, vem nos revelar o grande segredo da felicidade e o verdadeiro sentido da nossa existência: a Vida em plenitude!
O presente e o futuro não estão prontos, mas são uma realidade construída dia a dia por nós mesmos. Sejamos fraternos, amigos, acolhedores e abertos a todos, dando espaço aos que desejam servir ao Senhor com amor e alegria.
Deus abençoe nossa Igreja Diocesana e nossa missão de servidores do Reino do amor, da verdade, da vida e da paz!
“Dai graças ao Senhor porque Ele é bom, eterna é sua Misericórdia”