O último dia 4 de junho marcou a retomada da ação missionária de nossa Igreja junto aos povos indígenas do município de Aracruz. Uma reunião foi realizada e representantes das aldeias de Areal, Caieiras Velha, Comboios, Irajá e Pau Brasil responderam ao convite para tratar da retomada da Pastoral Indigenista na região.
De 1992 a 2007, foram as Irmãs Missionárias Combonianas que estiveram à frente da pastoral em Aracruz, um trabalho de extrema importância. Agora, a convite do bispo diocesano de Colatina, dom Lauro Sérgio Versiani Barbosa, a Pastoral Indigenista se rearticula sob a coordenação do padre Suderlan Tozo Binda, pároco da Paróquia Imaculada Conceição, de Coqueiral, Aracruz.
Essa primeira reunião do grupo aconteceu na sede da Associação Indígena Tupinikim da Aldeia Pau Brasil. Na ocasião, padre Suderlan apresentou as diretrizes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) sobre a Pastoral Indigenista cuja essência é assegurar a autonomia dos povos indígenas, apoiando seus direitos originários e essenciais à identidade, educação, saúde, terra e ao território, bem como à sustentabilidade econômica e suas formas de organização. Posiciona-se também na luta pela conscientização da sociedade a respeito da diversidade étnico-cultural e se coloca contra projetos que desrespeitam e afrontam os direitos e a própria vida dos povos indígenas.
Existem, em Aracruz, 12 aldeias indígenas, sendo sete tupiniquim e cinco guarani. Segundo padre Suderlan um dos desafios será envolver todos esses grupos no trabalho pastoral. “As etnias tupiniquim e guarani têm culturas, costumes e valores diferenciados, mas a busca pelo bem comum é o objetivo maior”, disse.
Demandas
Durante a reunião, o grupo tratou de outras demandas como a organização e a área de atuação da pastoral, o resgate da memória da caminhada das irmãs combonianas, planejamento de ações e possíveis parcerias.
A participação de outras Igrejas cristãs e de outras religiões também foi vista pelo grupo de forma positiva. “É preciso vislumbrar a construção e o fortalecimento de um diálogo ecumênico e inter-religioso para alcançar o bem maior da Pastoral Indigenista, que se identifica como instrumento de comunhão e transformação. Portanto, nosso objetivo é uma conexão consciente através da empatia e do respeito entre os interlocutores da pastoral, em especial, os próprios indígenas”, ressaltou padre Suderlan.
A próxima reunião já foi marcada e deve acontecer no dia 2 de julho, na Aldeia Comboios. Os encontros serão mensais, sempre em uma aldeia diferente.
Texto: Ricardo Hermeto Coelho