Colatina (ES) – No próximo sábado, 7 de setembro, Dia da Independência do Brasil, acontecerá em todo o país mais uma edição do “Grito dos Excluídos e Excluídas”, um ato pacífico e democrático que chega ao seu 30º ano de realização. Para 2024, o evento tem como tema “Vida em Primeiro Lugar!” e lema “Todas as formas de vida importam! Mas quem se importa?”, convidando a sociedade a refletir sobre a importância de todas as vidas e a urgência de ações concretas que as protejam.
Em Colatina, a manifestação será conduzida pela Comissão de Justiça e Paz da Diocese de Colatina, com participação de diversas comunidades e paróquias. O representante diocesano da Comissão, Genivaldo José Lievore, informou que a programação começará às 8h, com uma acolhida na comunidade católica Nossa Senhora de Lourdes, no bairro Ayrton Senna, próximo à Caixa D’água. Após o momento inicial, os participantes seguirão em uma caminhada que culminará em um ato ecumênico com partilhas e reflexões sobre as causas do movimento.
Genivaldo destacou que esteve reunido com o Padre Marinaldo Serafim, Coordenador Pastoral Diocesano, para traçar um plano de mobilização das comunidades e paróquias. O objetivo é unificar vozes em um apelo por mais justiça e igualdade social, reforçando o papel da Igreja na defesa dos direitos humanos e na luta por uma sociedade mais justa. Durante o encontro, também foi apresentado o cartaz oficial do evento deste ano, que ilustra os ideais e as esperanças do movimento.
TRÊS DÉCADAS DE LUTA E RESISTÊNCIA
O “Grito dos Excluídos e Excluídas” surgiu como uma iniciativa da 2ª Semana Social Brasileira, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) entre 1993 e 1994. Desde então, o movimento se consolidou como um espaço de articulação, denúncia, resistência e criação de novas formas de luta, tanto no âmbito local quanto nacional. Ele tem como missão dar voz às camadas mais vulneráveis da sociedade, promovendo a generosidade, a criatividade e a fé na força do povo.
Além de chamar a atenção para as desigualdades sociais, o “Grito” cobra do Estado políticas públicas de inclusão social e econômica que protejam a vida do povo brasileiro e o meio ambiente. Entre os temas abordados estão a superação das desigualdades, o combate à fome e a erradicação da pobreza. O movimento reafirma, a cada ano, seu compromisso com a defesa dos direitos humanos e da dignidade de todos, especialmente dos mais excluídos.
Com 30 anos de história, o “Grito dos Excluídos e Excluídas” continua sendo uma importante manifestação popular, lembrando que a independência e a justiça social são direitos de todos, sem distinção. A expectativa é de que o evento mobilize centenas de pessoas em Colatina e em todo o Brasil, reforçando o apelo por um país mais justo, inclusivo e solidário.
Frei Augusto Luiz Gabriel e Eduardo Monteiro