A Diocese de Colatina sediou, na última semana (10 a 12/10), a terceira edição do Encontro Brasileiro de Universitários Cristãos e Fórum Nacional de Cultura. Os eventos reuniram, em Colatina, cerca de 550 pessoas de todas as regiões do Brasil e também de outros países da América Latina, como Chile e Colômbia.
Segundo o coordenador diocesano da Pastoral Universitária, Anderson Mendes Batista dos Anjos, foi um momento único, com organização de ponta e que recebeu as melhores avaliações. “Nossa Igreja Particular de Colatina ganhou um presente. Foi a primeira vez que sediamos um evento de projeção tão grande. O clima foi de harmonia, alegria, envolvimento e responsabilidade”, destacou.
Tanto o Ebruc como o Fórum de Cultura foram marcados pela diversidade. A programação de ambos abraçou temáticas variadas e deu abertura a diferentes manifestações culturais, como teatro, dança e música. “Assistimos a apresentações maravilhosas, como congado, dança indígena, polonesa e folia de reis”, lembra Anderson que ressaltou ainda a apresentação da peça “A Língua em Pedaços”, encenada por atores nacionais sobre a história de Santa Teresa de Ávila.
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(Crédito das imagens: Rodrigo Panceri Montebeler)
Presença dos bispos
Foi marcante a presença dos bispos. Em particular, do bispo diocesano de Colatina, dom Joaquim Wladimir Lopes Dias, do bispo emérito de Colatina, dom Décio Sossai Zandonade, e do Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e Educação da CNBB, dom João Justino de Medeiros. Além de celebrar, eles foram participantes ativos durante todo o evento, interagindo com os demais e assistindo às apresentações.
Fortalecimento pastoral
Os eventos também serviram como oportunidade fundamental para o fortalecimento das pastorais Universitária e da Cultura. “A universidade caminha ao lado da cultura. Sentimos que os participantes saíram com muita vontade de realmente colocar em prática essas pastorais em todo o Brasil”, observou Anderson.
Organização
A organização ficou a cargo dos membros do Encontro de Casais com Cristo (ECC). “A eles, o nosso agradecimento especial. Eles assumiram, com entusiasmo e dedicação, a estrutura dos eventos, o acolhimento, a alimentação, a limpeza”, ressaltou o coordenador.
Poesia
O responsável pelo Secretariado de Pastoral da Diocese de Colatina, Ledesmar José Walger, não só integrou a equipe organizadora, como também colocou a serviço seu talento como poeta. Confira, a seguir, seu olhar em versos a respeito do Ebruc e do Fórum de Cultura.
O Ebruc e Fórum de Cultura 2015
Você que veio e que vem, do norte ou do Santarém
Participar do Ebruc e do Fórum de Cultura também
Nos mostrem suas bagagens guardadas, sei que tu tens
Um rio de felicidade que nos alegra, amém.
Por isso, seja bem-vindo na nossa humilde cidade
Colatina te recebe com toda a nossa hospitalidade
Com Pe. Marcelino e Dom Décio o Ebruc veio pra cá,
Com a ajuda da Irmã Eugenia, Pe. Danilo e Josimar,
Vera, Anderson e também com Ledesmar.
Quero saudar as famílias que agora nos confortam
Com toda simplicidade, abriram as suas portas.
Não poderia esquecer esta casa, que nos acolhe e acolheu
Fundação Castelo Branco com Diretor Luciano, também o Pe. Giovani
Que com muito amor e dedicação aqui nos recebeu.
Oi, que prazer, que alegria o nosso encontro de irmãos.
Alguém cantou e é verdade, é assim é o nosso encontro das universidades.
Que alegria, que festa, aqui se encontra o Brasil
Trazendo fatos lendários de uma cultura juvenil
A Igreja se faz presente junto aos universitários
Estrelas cintilantes neste imenso céu cor de anil.
Tudo colorido está, com muitas cores vibrantes
O Ebruc e o Fórum de Cultura se juntaram pra ficar
Com cantos animados pelo grupo cantar a vida
Vamos todos celebrar.
Celebrar o dom da vida sempre em qualquer lugar
Com nossos índios tupiniquins
Que vieram de Aracruz aqui nos ensinar
Como travar um duelo, usar nossas florestas
Pra caçar e pra pescar e natureza preservar.
As culturas reunidas, por laços, cordas e fitas
Pelo café, chimarrão, polenta, arroz e feijão
Pela moqueca e macaxeira, tropeiro e salpicão
Pelo amor que dá a vida, ó Deus, que coisa bonita.
Recebemos a chave do prefeito da cidade,
Do educador Luciano, Maricelis e Dom Wladimir
Junto com famílias que nos acolheu muito bem,
Comida e roupa lavada, então vamos ficar aqui.
Especialistas aqui vieram. Para poder debater
Taciane Barros, Professor Vilaschi e Dom Décio,
Pe. Danilo, Luciano, Renato, Humberto, Da Matta,
Dom Justino de Medeiros teceram novas histórias
Trouxeram nova esperança para a vida renascer.
Dom Justino enfatiza que com as mãos do tecelão
Se tecem com inspiração, linhos bonitos bordados
Para vestir os irmãos. A Igreja estica os fios e tece
com muita arte, uma rede de comunidades, é esta a nossa missão.
Dom Décio em sua fala, ele cita Drummond
Lembra a força jovem, Jac, Jec, Joc… O resto eu não sei mais não
Mas desta força dos jovens nasce uma nova Igreja
Que forma este mutirão.
Vilaschi cita Levítico que diz que povo vai ser escravo
Se a terra não tiver repouso e for tratada a ferro e fogo
E nos ensina a tratá-la bem, cuidar e amar, pro homem nascer de novo.
Num instante de silêncio, vamos rezar pelos rios
Pedindo as bênçãos da chuva, para nós todos, Senhor
E, de joelhos no chão, rezemos ao Deus de Amor
e ao seu Filho, Jesus Cristo, Nosso Senhor
Para que a água jorrada do seu lado transpassado
nunca nos falte, Senhor.
A comunidade Shalon mostrou o nascimento de Maria
Com grande fascinação
Em apenas alguns minutos
nos trouxe grande emoção.
A noite foi animada por banda Gold e Tubarão.
O domingo chegou e é hora de celebrar
Com universitários e familiares que vieram contemplar
Palavrar de dom João, onde ninguém é de ninguém
De Deus somos criação, o importante é construir relação.
Vixe, uai e assim vai, cultura é mesmo assim
Quem tenta explicar, complica, pois culturas têm demais.
Acho que Da Matta ficou sem casa pra morar
Destruíram as floretas, então fez da nossa casa uma festa
Com sua antropologia falou-nos de coisa estranha
A importância do alimento, de comida e comedor
Disse que mesa vira cama e tudo se faz com amor
Por isso, alegre estamos que de cultura ele entende
Pois é própria cultura, acolham com muito ardor.
Lindas loiras e morenas vieram de Itaguaçu
Trouxeram a história presente de um tempo muito triste
O tempo da escravidão. Aplaudimos com o coração
esta grande apresentação, mas com lágrimas nos olhos
Queremos pedir perdão.
A feira montada está, é hora de visitar
Nossa Senhora da Saúde e Santuário da Piedade
Vamos fazer um arrastão pra ver quem se encontra lá
Não vou contar as surpresas, passe lá e vai gostar.
Ainda nos alegramos com a cultura polonesa e folia de reis
Que vieram de Águia Branca, com o teatro do Marista
Que me fez sentir criança, voltando ao tempo de infância.
Nossa noite cultural só faltou fazer chover
Tom Nascimento foi o primeiro a aparecer,
Cantou as suas raízes, sua histórias, seu tempo
E ligeiro como vento nos apresentou Raquel
Filha que nosso Estado a todos comoveu
Aí chegou Leni Rocha, pensei que tocava arrocha
E nos incendiou como tocha. Ainda faltava alguém,
Tambolelê, que agitou a galera que coisa linda de se vê.
Ainda bem que aqui santo de casa faz milagre, mandou chamar
Efraim, um capixamineiro, que retratou a história dos rios brasileiros
Quem duvidar desta história, pensar que não foi assim
Querer me tirar do sério, não acreditando em mim
Escreva para São Pedro, pergunte ao anjo Serafim.
Já estou sentindo saudades do Fórum de Cultura
Que está chegando ao fim, com a peça Língua em Pedaços.
Com artistas nacionais, retratou Teresa D’Ávila.
Mulher de tanta ternura.
E como sempre é de praxe
É preciso agradecer
Ao Setor Juventude, o EJC e o ECC.
Cumprindo o que Cristo disse
Deu a todos de comer.
Agradecer a você que veio e fez tudo acontecer
Com as graças da Mãe da Saúde, nosso querer bendizer.
Ledesmar José Walger
Colatina, 12/10/2015