Por volta do ano 1230, na Bélgica, deu-se início a um bonito gesto de devoção e piedade chamado Festa de Deus. A inspiração para este momento surgiu a partir das visões de uma freira agostiniana chamada Irmã Juliana de Mont Cornillon, que entrou no convento aos 15 anos, e lá começou a ter visões nas quais o próprio Jesus lhe pedia uma festividade em honra ao Santíssimo Sacramento.
Irmã Juliana, mais tarde declarada santa, confidenciava suas visões a um padre, que dentro de alguns anos se tornaria o Papa Urbano IV. Foi através dele que, em 1264, institui-se, oficialmente, a Solenidade do Santíssimo Sacramento do Corpo e Sangue de Cristo, conhecida ainda hoje pelo termo latino Corpus Christi, que significa literalmente “Corpo de Cristo”.
Embora a Eucaristia seja celebrada todos os dias do ano, exceto na Sexta-feira da Paixão, esta solenidade, realizada anualmente na quinta-feira, depois da oitava de Pentecostes, deseja ser um ato público de louvor em honra à presença real de Jesus Cristo na Eucaristia.
Assim, como nos recorda o Papa Francisco “a Eucaristia é a síntese de toda a existência de Jesus, que foi um único ato de amor ao Pai e aos irmãos”. É crendo em Jesus encarnado, no seio da Virgem Maria, no anúncio de seu Reino e, ainda, em sua morte e ressurreição, que podemos crer com mais fervor na Eucaristia. Por esse tão sublime Sacramento, é que o adoramos e, na profissão pública de fé, expressamos todo o nosso amor a Jesus Eucarístico.
Desse desejo de ver Jesus honrado, como fizeram os judeus, que atiravam seus mantos à sua passagem em Jerusalém, nós, católicos, expressamos a realeza que Cristo Jesus deve ter em nossa vida, pois Ele é o Centro, é o Rei bondoso que deve assentar-se no trono dos corações e presidir toda a nossa existência. Preparamos assim, os tapetes de Corpus Christi, que transformam nossas ruas em um hino de louvor a Nosso Senhor. É por eles que a procissão com o Santíssimo Sacramento passa e nos lembrar o caminho percorrido por Jesus entre os seus, onde abençoou, curou e libertou a muitos que nele creram.
Com tal manifestação de fé, a Igreja nos ensina que não somente nós devemos amar e glorificar a Deus, mas também todas as criaturas (cf. Dn 3, 57-88). Além disso, cooperamos com a arte empregada em cada tapete, na obra da evangelização, e fortalecemos os laços comunitários e fraternos.
Por fim, neste tempo de desolação, em que nossos olhos e ouvidos só veem e ouvem notícias de tragédias e morte, possa o Corpo de Cristo nos conceder ânimo, força e coragem. Que a fé venha completar os nossos sentidos, trazendo-nos a graça da “alegria do louvor” como sinal de esperança e confiança em Jesus que passa fazendo o bem.
Artigo elaborado pela PASCOM Paroquial, com o apoio do Pe. Neil Joaquim de Almeida, Pároco da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora de Marilândia (ES).