A Comunidade Sagrada Família, no distrito de Pendanga em Ibiraçu (ES), está comemorando 120 anos de fundação. Para celebrar, uma programação especial foi preparada e começou na noite da última quinta-feira, 1° de agosto.
A festa terá seu ponto alto no domingo (4/8), com a Celebração Eucarística pelos 120 anos da comunidade, celebrada pelo padre Malvino Xavier, pároco da Paróquia São Marcos, de Ibiraçu (ES), à qual pertence a comunidade. Após a missa, na quadra anexa à igreja, haverá funcionamento de barracas, com almoço, leilão, sorteio da Ação Solidária e show sertanejo.

TRADICIONAL FESTA
Apesar da Festa da Sagrada Família, no calendário litúrgico da Igreja, ser em dezembro, a comunidade sempre realiza a sua festa no primeiro final de semana de agosto, próximo ao dia da Dedicação da Igreja.
HISTÓRIA
A história da comunidade se inicia com a chegada dos imigrantes italianos no porto de Santa Cruz, em Aracruz (ES). Ao partirem para a colonização da região, os imigrantes escolheram um local estratégico para a construção do núcleo colonial e do oratório.

Devido à grande religiosidade dos imigrantes, o oratório era uma necessidade, sendo sempre construído em local de destaque na região. Assim, após a doação do local para o oratório, os moradores se reuniram em mutirão e edificaram uma pequena capela, construída de estuque com seu altar de madeira.
Pendanga teve grande importância no início da colonização, sendo um centro de comércio da região e movimentando a economia local. Com essa movimentação econômica, a região atraiu diversas pessoas, fazendo a comunidade crescer, e o oratório não comportava mais a comunidade local.
No ano de 1904, a comunidade se reuniu em mutirão e construiu o novo templo, com arquitetura no estilo europeu, com uma nave ampla e uma torre ao fundo que abriga o sino. A igreja permanece até os dias de hoje com as mesmas características. Em sua fachada, está escrito em latim “Domus mea domus orationis vocabitur”, que significa “A minha casa será chamada casa de oração”.
Em seu interior, o templo possui ainda preservado o seu altar-mor, que abriga em sua parte superior a imagem da Sagrada Família, trazida da França por intermédio do vigário da época, o francês Padre Julio Billot.
Nas paredes laterais da nave, estão pintadas em espaços emoldurados “A Última Ceia” e “A Crucificação”, obras do pintor Francisco Righetti.
Nesta comemoração dos 120 anos, a comunidade relembra importantes acontecimentos, como as celebrações marianas no mês de maio, as novenas e rezas do terço, bem como a realização dos sacramentos e velórios. Ali também foram criados importantes movimentos na igreja local, como a Liga Católica, a Irmandade Sagrada Família e o Apostolado da Oração.

VISITA DOS BISPOS
O templo já recebeu a visita de diversos bispos do estado, como Dom João Batista Nery, primeiro bispo da então Diocese de Vitória (hoje Arquidiocese de Vitória), por volta do ano de 1904. Em 1992 e em 1997, a comunidade recebeu a presença de Dom Geraldo Lyrio Rocha, primeiro bispo da Diocese de Colatina, à qual passou a fazer parte. Em 2019, Dom Joaquim Wladimir Lopes Dias, então bispo de Colatina, esteve na comunidade durante a Visita Pastoral.
Vinícius Gardiman
