Neste dia 14 de setembro, o diácono permanente Rudney Koppe comemora 56 anos.
Rudney é natural de Rio Novo do Sul (ES) e, na entrevista a seguir, ele fala sobre sua vida e vocação.
Como surgiu o desejo de seguir a vida religiosa, servindo como diácono permanente?
Diácono Rudney: Eu sempre tive boa disposição para refletir as questões da Igreja, porém não tinha pretensões religiosas por acreditar que servir seria expor a minha fé genuína no campo onde Cristo foi categórico em comparar a fé a um grão de mostarda e eu nem sabia se minha fé iria chegar ao minúsculo grãozinho. Mas quando a Diocese lançou a proposta para estudar o ministério diaconal, em 2012, padre Devaldo Lorençutti me fez o convite e pediu para eu pensar e conversar com a família. Ele foi um João Batista que me apontou para o cordeiro. A partir daquele momento, despertou em mim o desejo e passei a ficar mais consciente da minha fé. Embora eu tenha plena convicção de que a vocação surja de um chamado de Deus, naquele momento eu percebi que eu estava sendo observado pelo viés de um testemunho com limitações e qualidades, mas que poderia configurar minha caminhada ao Cristo Servidor através do anúncio da Palavra, da participação na liturgia e no exercício da caridade e, sinceramente, espero realizar em minha vida o sonho de Deus.
Fale sobre o processo formativo para o Diaconato Permanente.
Diácono Rudney: Com quatro anos de formação, eu renovei meu “sim” à Igreja, me lancei nos braços de Deus através das orações, dos estudos e das boas amizades com os colegas e colaboradores da escola diaconal que fizeram daquele lugar simples e humilde, um lugar requintado de fé e espiritualidade. Até o vai e vem nas estradas entre Linhares e Ibiraçu tiveram sua beleza e encantamento, quantas confidencias e aflições partilhadas! A formação foi muito enriquecedora em todos os aspectos e ser apontado para fazer esse discernimento foi um presente para todos nós da escola. Mérito nosso? Não. Bondade e misericórdia de Deus! A escola diaconal nos preparou para uma missão maior e nos conscientizou para a grande responsabilidade que estávamos prestes a assumir e agora, com a formação que culminou na ordenação, eu repouso minha confiança no ombro do apóstolo Paulo e digo “carregamos preciosos perfumes em vasos de barro”(2Cor 4,7). Foram belos os ensinamentos que ficarão para sempre e ainda hoje, depois de ter passado alguns anos de ordenado, ainda me pego pensando na bela filosofia ministrada de uma forma tão carismática. Que Deus me capacite a cada dia em seu amor para eu servir o Povo de Deus.
Fale brevemente, sobre sua vida como diácono, suas atribuições
Diácono Rudney: Como Jesus nos pede para sermos missionários, com a ordenação, minha vida deu um novo rumo, um novo significado. Hoje, como diácono desta Igreja, saboreio um vinho novo e expresso minha gratidão a Deus por tudo que faço dentro desse ministério. Cumpro minhas atribuições dentro do papel bíblico que a Igreja me propõe e me concentro nas atribuições que são pertinentes a um bom diácono. Aconselho-me buscando “1 Tim 3,8-12”: ser digno de respeito, ser um diácono de palavra, ter uma consciência limpa visando a conservar minha fé. Meu servir na Igreja como diácono está alinhado nas vertentes: Liturgia, Palavra e Caridade. Na Liturgia Eucarística, as atribuições são: servir o altar, proclamar o Evangelho, convidar para o abraço da paz, purificar os vasos sagrados e fazer a despedida. Também está dentro das atribuições administrar o sacramento do batismo, abençoar os matrimônios, celebrar a liturgia da Palavra, exéquias, pregar e evangelizar, que faço com muito zelo.
Quais são os maiores desafios de um diácono em sua missão?
Diácono Rudney: Servir à Igreja na condição de diácono é uma graça muito grande de Deus. Uma graça que exige muita responsabilidade e espírito de serviço. Um dos grandes desafios do diácono é servir na dimensão da caridade como é demonstrado nos Atos dos Apóstolos, capítulo 6. Manter a autenticidade do Evangelho diante de fatos que vão surgindo também está entre os desafios. Mas devemos estar firmes com a verdade do Evangelho, tendo consciência do nosso papel pastoral e social.
Quais são as maiores alegrias que um diácono pode receber?
Diácono Rudney: Como diácono, me vejo protagonista de uma alegria muito grande ao viver na graça da dupla sacramentalidade. Assim como Deus chamou Moisés na sarça ardente e o episódio extraordinário aconteceu; e levou Maria ao seu encontro com o anjo e fez o impossível acontecer trazendo a todos Jesus Cristo, o ser diácono me trouxe a alegria de consagrar ainda mais o sacramento do matrimônio e a me entregar totalmente ao Senhor e, no ordinário da vida, o extraordinário se realiza. Na simples oração matinal, vou me abrindo para a graça divina até o entardecer onde a gratidão me leva ao repouso tranquilo. A experiência de ser diácono me levou a sentir o fogo e a sarça arder dentro de mim, é uma chama de amor que me levou a um compromisso bem maior com Deus e com toda a Igreja, além da felicidade de viver em família, com responsabilidade como esposo, pai e trabalhador. Me tornei mais vigilante para oferecer um testemunho coerente. Ser diácono já é a alegria com a estampa da fé, pois é um ministério que me leva a uma dedicação para as coisas do céu, com humildade e simplicidade. É a alegria em evangelizar, na obediência e em comunhão com toda a Igreja! Por isso, o prazer de ser diácono abre um leque para que eu possa percorrer um itinerário de expressão concreta do amor, me sintonizando com as alegrias e as angústias de hoje.
Parabéns, diácono Rudney! Felicidade e muita sabedoria em sua vida e missão!