No último dia 7 de setembro, enquanto o país celebrava sua independência, comunidades da Diocese de Colatina se uniram para dar voz aos que vivem à margem da sociedade, por meio do tradicional Grito dos Excluídos. Em Coqueiral, o ato aconteceu às 15h, na Praça da Amizade, reunindo representantes das comunidades locais em um encontro marcado por espiritualidade, denúncia e compromisso com a justiça social.
Durante o evento, diversas lideranças trouxeram à tona realidades silenciadas. Márcia Vanacor falou sobre o cuidado com a Casa Comum, destacando a urgência da preservação ambiental. Marta Rossoni abordou a exclusão enfrentada pela população LGBTQIA+, enquanto Felomena Maria Scarparti refletiu sobre os desafios enfrentados pelas pessoas com deficiência. Flávio Rebuzzi denunciou a situação dos encarcerados, e Priscila de Queiroz tratou da violência contra a mulher, com destaque para a mulher indígena e os recentes atentados ocorridos em escolas de Coqueiral.
Para o pároco da paróquia Imaculada Conceição, Padre Suderlan, o Grito dos Excluídos é expressão viva do Evangelho. “O Grito dos Excluídos para mim é a fidelidade ao Evangelho. E me realizo em meu ministério ao viver esse momento. Que este dia desperte em nós a coragem de não ficarmos indiferentes. Que possamos transformar a nossa fé em compromisso concreto com a vida e com os pobres. Pois, como diz a Palavra de Deus: ‘Eu ouvi o clamor do meu povo’ (Ex 3,7)”, afirmou.
Na cidade de Colatina, a mobilização também ganhou força. Fiéis da Paróquia Santa Clara realizaram uma caminhada que partiu da Comunidade São Vicente com destino à Praça da Catedral. O trajeto foi marcado por cantos, orações e palavras de ordem, reafirmando o compromisso da Igreja com os excluídos e com a construção de uma sociedade mais justa e fraterna.
O Grito dos Excluídos e Excluídas, criado em 1995 como desdobramento da 2ª Semana Social Brasileira promovida pela CNBB, acontece anualmente no dia 7 de setembro. A data foi escolhida como contraponto ao Grito da Independência oficial, propondo uma reflexão crítica sobre a soberania nacional e os padrões de cidadania. Mais do que um evento, o Grito é um processo contínuo de mobilização, formação e ação, que se estende ao longo do ano e envolve comunidades, pastorais, movimentos sociais e entidades comprometidas com os direitos humanos.
Com o lema “A vida em primeiro lugar”, o Grito dos Excluídos segue sendo um espaço aberto para denúncias das mais variadas formas de exclusão, e um chamado à transformação da fé em ação concreta. Em Colatina e Coqueiral, esse grito ecoou forte, reafirmando que a Igreja está ao lado dos que mais sofrem e que a esperança se constrói com coragem, solidariedade e compromisso.
Por: Comunicação Diocesana.
















