Na manhã desta terça-feira, 16 de maio, em Brasília (DF), foi realizada uma reunião de representantes de várias entidades entre as mais de 100 que fizeram parte do movimento Coalizão pela Reforma Política e Eleições Limpas que colheu quase um milhão de assinaturas para endossar uma proposta ao Congresso Nacional. O encontro já é o segundo de uma nova série de reuniões com o objetivo de retomar as discussões sobre o tema. O bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG) e representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) na Coalizão, dom Joaquim Mol, coordenou os trabalhos e o encontro ainda contou com uma mensagem do bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner.
“A coalizão foi muito importante, continua sendo e será importante. Por meio desse fórum, representado pela Coalizão, poderemos continuar a discutir com a sociedade como, realmente, poderemos fazer uma Reforma da Política, dando assim uma contribuição para uma sociedade que deve ser sempre fraterna, justa e solidária”, disse dom Leonardo.
Dom Leonardo disse que sua mensagem no encontro da Coalizão foi, na verdade, “mais um pedido da Conferência para envolvermos a sociedade toda nesse diálogo e debate para termos uma sociedade que seja justa, fraterna e que a política tenha o primado da ética, porque sem a participação da sociedade como um todo, nós não teremos uma Reforma Política realmente democrática”.
A CNBB tem insistido no tema da Reforma Política em várias instâncias. Na última assembleia geral, realizada em Aparecida (SP), entre os dias 26 de abril e 5 de maio, os bispos emitiram uma nota sobre o grave momento que o Brasil atravessa na qual recordaram: “É sempre mais necessária uma profunda reforma do sistema político brasileiro. Com o exercício desfigurado e desacreditado da política, vem a tentação de ignorar os políticos e os governantes, permitindo-lhes decidir os destinos do Brasil a seu bel prazer. Desconsiderar os partidos e desinteressar-se da política favorece a ascensão de ‘salvadores da pátria’ e o surgimento de regimes autocráticos. Aos políticos não é lícito exercer a política de outra forma que não seja para a construção do bem comum. Daí a necessidade de se abandonar a velha prática do ‘toma lá, dá cá’ como moeda de troca para atender a interesses privados em prejuízo dos interesses públicos”.
Os principais objetivos dessa nova série de debates da Coalizão são o de continuar levantando emendas para o projeto de Reforma Política que atualmente tem como relator o deputado Vicente Cândido, do PT de São Paulo, e proporcionar um amplo debate entre as entidades a respeito do momento atual da sociedade e a política no Brasil.
O secretário-executivo do Centro Nacional de Fé e Política dom Helder Câmara (CEFEP), padre Ernane Pinheiro, que participou da reunião, relatou que “os participantes da reunião tomaram três decisões importantes: fazer contato com os departamentos de comunicação de todas as entidades para propor mais irradiação da retomada dos debates; enviar uma mensagem às entidades membros da Coalizão, comunicando a retomada da discussão e a elaboração de uma mensagem desta articulação em agradecimento à CNBB pelo posicionamento firme manifestado nas últimas notas oficiais a respeito da Reforma da Previdência, aos trabalhadores do Brasil e a respeito do grave momento nacional.