É fácil reconhecer que o mundo mudou. O que nos envolve no dia a dia não tem mais a limpidez dos valores que naturalmente se respiravam tanto na família como na sociedade há pouco mais de 50 anos atrás. As novas gerações convivem diariamente com idéias e orientações que pouco ou nada tem a ver com a fé em Cristo Jesus e sua Igreja. Mesmo os que foram batizados não são capazes de perceber a grandiosidade do que foi semeado em seus corações e precisa ser cultivado para crescer, desabrochar, florescer e dar frutos. Muitas famílias preocupam-se com tudo: um bom colégio que habilite seus filhos a conseguirem uma profissão rendosa, aulas de inglês, informática, academias que cuidem do corpo. A fé, porém, se expressa em reduzidas orações comuns e a uma presença pouco empenhativa na comunidade eclesial. Não são muitas as famílias onde o ambiente que se respira é o do santo temor de Deus, da oração familiar, da caridade operativa.
Os jovens de hoje, como os de todos os tempos, são uma energia acumulada que precisa ser bem canalizada. Daí a importância deste Ano da Fé. A fé é o dom maior que Deus pode dar a uma criatura. É o reconhecimento de um Deus que é Pai e nos ama incondicionalmente. Acompanha-nos com o carinho de quem somente quer nossa felicidade. Quem nos revela nossa imensa dignidade é o próprio Filho de Deus, feito homem no seio da Virgem Maria. Conhecer Jesus Cristo através de seu Espírito agindo na Igreja é o anseio e o direito de todos os seres humanos. Os jovens querem ter esta experiência como a tiveram os primeiros discípulos, como a teve Paulo Apóstolo, Agostinho, Francisco de Assis, Tereza de Ávila, Terezinha de Jesus, Tereza de Calcutá, Karol Woytilla e tantos outros. Os jovens de hoje, mais do que nunca, estão ficando desiludidos com as ofertas de um prazer momentâneo. Querem a alegria maior. Estão sedentos de Deus
É tarefa prioritária da Igreja hoje, entender a linguagem dos jovens, e buscar todos os meios de passar a eles o eterno novo que é Jesus Cristo. Para isto devemos fazer com eles um caminho de escuta da Palavra de Deus, de estudo do Catecismo Jovem (Youcat), de encontros vivenciais que os insiram decididamente nas comunidades eclesiais. Este é o caminho natural para vencer o vazio dos corações jovens que tendem a preenchê-lo com drogas, velocidade, prazeres ilícitos. A força da juventude está na adesão a Jesus Cristo. Maria, a jovem mãe de Jesus, haverá de nos conduzir nesta pedagogia da fé em favor dos que são os sentinelas do amanhã, os anunciadores entusiasmados da verdadeira civilização do amor.
O ANO DA FÉ. ANO DA JUVENTUDE. ANO DA ESPERANÇA.
Dom Décio Sossai Zandonade
Bispo diocesano