“Vidas negras importam”
O dia 20 de novembro é uma data de suma importância para toda a sociedade brasileira. Comemoramos o Dia Nacional da Consciência Negra. Logo, para entender melhor esta comemoração, é necessário rever alguns fatos históricos e o processo de inserção do negro na sociedade.
Em busca de mão de obra barata, os portugueses trouxeram de diversos países africanos cinco milhões de homens e mulheres que viviam livres em sua pátria e os fizeram escravos no Brasil, sendo obrigados à abdicação de seus costumes, cultura e religião. Os maus tratos e humilhação duraram “eternos” 300 anos, sendo o Brasil o último país da América Latina a abolir a escravidão.
No dia 13 de maio de 1888, os afrodescendentes ganharam a tão sonhada liberdade! E agora? O que fazer com ela, sendo que, historicamente, não receberam os mesmos direitos dos demais cidadãos da sociedade civil, saindo com uma mão na frente, outra atrás, sem ter onde morar, sendo obrigados a ocupar os morros e formar as favelas espalhadas Brasil afora?
A dívida do Brasil com o negro é impagável e a humilhação irreparável, pois nunca receberam nada pela contribuição que, por séculos, ajudou na construção desse país.
Nos tempos atuais, o negro sofre as consequências históricas, emanadas da escravidão: alto índice de analfabetismo, desemprego assolado pela crise econômica, desvalorização e preconceito, mesmo ocupando lugares de destaque nos diversos setores da sociedade.
No dia 20 de novembro de 1695 morre Zumbi dos Palmares, símbolo de luta por liberdade e resistência contra todo tipo de opressão e preconceito racial.
Enfim, a história do Brasil é a história do negro e não pode cair no esquecimento. É importante sempre olhar pelo retrovisor!
(Padre Marcelo Pádua)