Neste dia 22 de janeiro, comemoramos o aniversário de 55 anos do padre Antônio Paulo Mascarenhas França. Vamos conhecer um pouco da história dele?
“Nasci no dia 22 de janeiro, no município de Dário Meira, Bahia (Diocese de Jequié). Meus veneráveis pais, lavradores, geraram 12 filhos e, com muito sacrifício, criaram 11, já que um foi morar com Deus aos três meses de idade.
Minha infância e parte da juventude foram marcadas pela vida na roça, trabalhando em lavoura de cacau, no sistema de diárias para um fazendeiro, que sempre violou nossos direitos trabalhistas e os direitos da criança e do adolescente. Ainda era época da ditadura militar e o fazendeiro tinha respaldo do próprio Estado para explorar a força do trabalho, sem muitos deveres. Tanto é que só aos 16 anos de idade concluí o ensino primário, por meio de um programa de alfabetização e aceleração para adultos.
No ano seguinte, motivado para estudar o 5º ano, fugi de casa, pois meu pai não me deu aval para continuar estudando. A vida seguiu e eu ingressei no Ensino Fundamental aos 17 anos de idade.
MINHA VOCAÇÃO
Minha mãe (in memoriam), semianalfabeta, catequizou seus filhos em casa, através da escuta da Rádio Aparecida. Ali falavam padre Vitor e padre Zezinho, que evangelizavam cantando canções que tocavam o coração de toda a família. Minha mãe mantinha meus irmãos e eu aos “pés” do rádio para escutar esses padres.
Três fatos marcaram a minha vocação ao Ministério Sacerdotal:
Primeiro, a transmissão da disciplina religiosa da minha mãe, dentro do nosso humilde lar, marcado por pobreza, mas também por muito amor e união. Segundo, a catequese e as canções do padre Zezinho na rádio. Terceiro, a situação social degradante da minha família e de outras, o que me fazia refletir e aguçar meu senso crítico. Escutando o padre Zezinho e o padre Vitor (in memoriam), formei a convicção de que Deus não quer o sofrimento humano, como sempre ouvi das pessoas na minha adolescência: “Deus quis assim, então assim seja”.
Em 1988, ano da promulgação da nova Constituição Cidadã Brasileira, após a redemocratização de 1985, eu deixei a minha família e fui morar com outros parentes em Medeiros Neto (Diocese de Teixeira de Freitas), na Bahia, em busca de trabalho. Ali, fiz o curso de técnico em enfermagem e trabalhei em clínica e hospitais. Ao mesmo tempo, atuava na Pastoral da Juventude, alimentando minha vocação.
Num belo e abençoado dia, o saudoso bispo dom Antônio Elizeu Zuqueto (in memoriam) me telefonou, dando-me a boa notícia de que eu havia sido admitido para começar o processo formativo. Extravasei de alegria! Ele me disse: ‘Você está curando as feridas do corpo, enfermeiro, agora vai curar as feridas da alma’.
DESAFIOS
Os maiores desafios hoje na missão pastoral e evangelizadora são as mudanças constantes da nossa época, o que exige dos pastores novas dinâmicas e estratégias. Posso afirmar que acumulei muitas alegrias e realizações nesses anos dedicados à missão evangelizadora na Santa Igreja. Deus seja louvado!
Em meio aos desafios próprios da missão, posso testemunhar, fazendo minha a frase de Dom Elder Câmara: ‘Se eu nascesse de novo, outra vez eu seria um sacerdote’.
Deus nos abençoe e nos conduza sempre!”
Pe. Paulo Mascarenhas
Parabéns, padre Paulo! Saúde e felicidade em sua vida e missão!