Neste domingo, mais de 40 mil idosos encontram-se com o papa Francisco, do mesmo jeito que fizeram os jovens do mundo no Rio de Janeiro, em uma jornada de encontro, celebração e oração. No encontro intitulado “A bênção da longa vida”, o Santo Padre entregará aos anciões participantes uma cópia do Evangelho segundo São Marcos em letra grande. Cerca de 100 sacerdotes idosos de todo o mundo devem ser convidados a concelebrar com Francisco. O Papa emérito Bento XVI confirmou presença no evento.
O encontro do dia 28 começará com uma hora de diálogo entre o Papa e alguns anciões, alguns dos quais lhe formularão perguntas e ele responderá. Entre os presentes que darão seu testemunho no encontro promovido pelo Pontifício Conselho para a Família, um casal de idosos, refugiados iraquianos.
No seu discurso, o Santo Padre recordou que “a velhice é um tempo de graça na qual o Senhor nos renova a sua chamada: chama-nos a cuidar e a transmitir a fé, a rezar e sobretudo a interceder. Chama-nos a estar próximos dos que precisam. Mas os idosos, os avós, têm uma capacidade para compreender as situações mais difíceis e quando rezam por estas situações, a sua oração é forte, é potente”.
“Por conseguinte, salientou ainda o Papa, cabe aos avós que tiveram a graça de poder conhecer e ver os seus netos, a tarefa de transmitir a experiência da vida, a história da família, da comunidade, de um povo, partilhar com simplicidade essa sabedoria e a mesma fé como uma herança preciosa.”
O Santo Padre recordou ainda que nos países onde a perseguição religiosa foi cruel, como foi no caso da Albania, país que o Santo Padre visitou no domingo passado, nestes países, disse o Papa, foram os avós que levaram às escondidas as crianças para serem baptizadas, para lhes transmitirem o dom da fé. Desta forma os avós conseguiram salvar a fé em Cristo durante o periodo da perseguição.
Infelizmente, salientou o Santo Padre, nem sempre o avó, a avô, têm uma família pronta para os acolher. Então neste caso são bem vindas as Casas, os Lares para os idosos, desde que sejam autênticas casas e não prisões para os idosos. Mas sobretudos que estas casas sejam realmente para os idosos e não para os interesses de alguém.
Finalmente, o Papa Francisco recordou que os cristãos juntamente com todos os homens e mulheres de boa vontade são chamados a construir com paciência uma sociedade diversa, mais acolhedora, mais humana, mais inclusiva. E lembrou que um povo que não cuida dos seus idosos, dos seus avós e sobretudo os maltrata, é um povo sem futuro, pois que está privado de memória, vive separado das próprias raízes. Cabe portanto aos cristãos, manterem viva estas raízes familiares.