A Área Pastoral Linha Ita, por meio de sua Pastoral da Terra, promoveu, no último dia 7 de novembro, em Laranja da Terra, o Fórum das Águas. A iniciativa foi fruto de uma parceria com a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil. Cerca de 100 pessoas participaram do debate que se voltou para a questão hídrica. Ao final do evento, o grupo aprovou uma Carta Aberta à Sociedade, destacando preocupações levantadas e ações propostas.
A seguir, leia a íntegra do documento.
CARTA ABERTA À SOCIEDADE
Laranja da Terra, 7 de Novembro de 2015
COMPANHEIROS E COMPANHEIRAS!
Nos últimos tempos, vivenciamos mudanças no clima que têm afetado diretamente nossas condições de vida, nossas atividades e nossa perspectiva no meio rural. O fato é que só reclamar não resolve. É importante entendermos os fatores que estão atuando, os processos em curso e como podemos incidir, de forma positiva, sobre eles.
Nós, Camponeses e Camponesas, formadores de opinião, juntos aos nossos Pastores, das Igrejas Católica da Linha Ita e de Confissão Luterana no Brasil da União Paroquial Guandu, Associação Diacônica Luterana e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Afonso Cláudio e Laranja da Terra, com a presença do Pastor da Igreja Batista local, participamos, no dia 7 de Novembro de 2015, do II Fórum Camponês, cujo tema foi: “ÁGUA” (questão hídrica) e o lema foi “PRESERVAR A ÁGUA É CUIDAR DA VIDA”. Na ocasião, refletimos sobre a necessidade de como usar, de forma consciente, a água, esse bem comum legado a toda a humanidade. Os fatores que influenciaram a nossa reflexão foram de caráter Antrópico e Natural.
O fator antrópico é causado por nós, camponeses, e também pelo homem urbano, por meio do desmatamento, da queima de combustíveis, CFCs entre outros. O fator natural é aquele que a natureza se encarrega de nos fornecer: a chuva, o vento, o bom tempo para nós, propício para uma vida equilibrada, tanto na cidade como na roça.
Precisamos pensar que todos nós somos responsáveis pela situação em que se encontra a humanidade. Todos somos culpados, porque abusamos do bem tão grande que é a água. Reclamar não basta, é preciso tomar atitudes que possam resolver esse grave problema. Cabe a cada um de nós refletir, tomar uma atitude comprometida e assumir juntos ações como:
- Cumprir a legislação de barragens no ES;
- Organizar e fazer um trabalho de base;
- Realizar mobilizações populares;
- Denunciar o mau uso da água no campo e na cidade;
- Incentivar pesquisas e experimentações;
- Preservar a água individual e coletivamente;
- Recuperar e proteger o meio ambiente;
- Inovar e adaptar tecnologias à nossa realidade;
- Fazer a fiscalização socialmente (controle social);
- Fazer cumprir as leis para todos e todas.
Concluímos que essa luta é de todos. Por isso, precisamos nos unir – família, escola, igrejas, sociedade e poder público – para colocar essas ações em prática.
Pensemos no futuro! Se hoje, nós já lamentamos a falta de água em nossos rios, córregos, lagos, o que será da vida das gerações futuras?
Façamos valer nossos direitos e também nossos deveres! Contamos com todos para que as ações sejam cumpridas. Que o poder público cumpra a sua parte, cooperando para que haja justiça para todos e todas.
Atenciosamente
Participantes do II Fórum das Águas
Camponeses e Camponesas
Formadores de opinião
Igreja Católica da Área Pastoral Linha Ita
Confissão Luterana no Brasil da União Paroquial Guandu
Associação Diacônica Luterana
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Afonso Cláudio e Laranja da Terra